O Hospital Regional do Sudeste do Pará
Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá, tem sido um dos principais protagonistas
no atendimento à pacientes com a Covid-19 na região do Pará.
A unidade, referência para mais de 1
milhão de pessoas, em um total de 22 municípios, desde o início da pandemia tem
atuado na recuperação e assistência de casos graves, principalmente em
situações de pacientes que tiveram o sistema renal crônico afetado pela doença.
Em muitos casos, pacientes com a
Covid-19 acabam necessitando de hemodiálise. A relação da doença com a piora
dos rins ainda tem sido alvo de estudos, sem a confirmação exata se há uma
piora do órgão devido a doença ou se pode ser causada pelo longo tempo de
internação em UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Basicamente, o serviço consiste no
bombeamento do sangue por meio de uma máquina, no qual um dialisador remove as
toxinas do organismo. Nesses equipamentos, o sangue é limpo e devolvido ao
corpo, sendo feito em pessoas com insuficiência renal, ou seja, que perderam a
função natural dos rins.
No Hospital Regional do Sudeste do Pará,
que pertence ao Governo do Estado, mas sendo gerenciado pela Pró-Saúde desde
2006, o serviço de nefrologia conta com salas de hemodiálise no qual possui 20
máquinas, atendimento peritoneal, além de consultórios ambulatoriais. Com uma
equipe multiprofissional, o setor conta com médicos, psicólogos, nutricionista,
assistentes sociais, técnicos e enfermeiros.
Desde abril, a unidade já realizou mais
de 60 sessões de diálises em 20 pacientes com a Covid-19, que apresentaram
graves problemas de insuficiência renal. Para James Pinto, especialista em
nefrologia, com atuação no hospital pela Pró-Saúde, as máquinas salvam vidas e
recebem atenção constante. “Esses pacientes precisam substituir a função dos
rins com a hemodiálise e, ao final de cada sessão, as máquinas passam por um
rigoroso processo de higienização. Temos uma preocupação constante em seguir
todas as recomendações sanitárias na prevenção da doença”, ressalta.
*A relação da Covid-19 com os rins*
No levantamento realizado pelo Hospital
Regional do Sudeste do Pará, 13% dos pacientes, que deram entrada na unidade
com a Covid-19, necessitaram de tratamento posterior com máquinas de diálises.
Os equipamentos foram instalados na UTI, que atende de forma exclusiva os casos
da doença.
De acordo com o médico nefrologista
Lourisvaldo Gonçalves, apesar dos estudos recentes, a agressividade da Covid-19
ao corpo humano já é constatada. "Estudos sobre o novo coronavírus e seus
efeitos são novos, mais especialistas já notaram alguns fatores, como uma
reação excessiva do sistema imune na tentativa de combater o vírus, que pode
afetar os órgãos que filtram o sangue e eliminam toxinas, causando uma
inflamação nos rins", explica.
Ainda segundo o médico, não se pode
confirmar se as alterações nos rins irão permanecer mesmo com a recuperação dos
pacientes. "Depende de inúmeros fatores, como a gravidade da infecção nos
rins, o tamanho da lesão causada, além da idade e se o paciente já acusava
algum problema renal", conclui.