Geovana Caldas no leito do HMIB para cuidados durante a gestação. Pró_Saúde |
De acordo com especialistas, tornar-se mãe pela primeira vez é mais intenso, de forma física e emocional, do que as experiências posteriores de maternidade. Isso porque o corpo, a mente e a vida da mulher passam por diversas mudanças, por vezes desconhecidas, o que gera muitas dúvidas e incertezas.
Para Giovana Caldas, 33 anos, vendedora
que vive em Abaetetuba, a alegria e o medo, apesar de opostos, são sentimentos
comuns neste período de espera pelo nascimento de seu primeiro bebê. Depois de
12 anos tentando engravidar, ela finalmente caminha para a realização do sonho
de ser mãe.
Com a inauguração do Hospital
Materno-Infantil de Barcarena Dra. Anna Turan (HMIB), em Barcarena, no mês de
setembro de 2018, referência para atendimentos de alta e média complexidade na
região do Baixo Tocantins, Giovana conseguiu fazer tratamento e acompanhamento
médico para engravidar.
De acordo com a obstetra Ana Carla Lima, que atua na entidade filantrópica Pró-Saúde, as alterações no corpo podem variar bastante. “As náuseas e vômitos são comuns, assim como possíveis dores no corpo e mal-estar. Mas, vale lembrar que outros sintomas, como cólicas e sonolência, também são bastante frequentes em gestantes”, ressalta.
“Além disso, aumento dos níveis
hormonais de progesterona podem levar à constipação intestinal, dificuldade de
esvaziamento gástrico após as refeições e aumento do refluxo gastro-esofágico.
A gestante vai ter um aumento de peso de acordo com o metabolismo”, complementa
Ana Carla.
Daniella Dias, psicóloga HMIB, afirma que a maternidade traz diversos desafios e é uma fase emocionalmente intensa. “Ser mãe pela primeira vez é tão difícil porque é uma experiência nova. A insegurança nessa fase da vida tende a ser muito comum", afirma a profissional.
De acordo com a especialista, as
mudanças fisiológicas e hormonais podem
refletir em mudanças emocionais. “Um dos principais motivos é a sensação de
imperfeição diante das demandas presentes nos cuidados com o bebê, gerando
diversos sentimentos como medo, angústia e frustração diante as tarefas”,
aponta.
Para Adrielma Ribeiro, 24 anos, mãe do Arthur e moradora de Baião, a mudança veio com o entendimento de novas responsabilidades. “Você tem que aprender a ajustar completamente suas prioridades, horários e relacionamentos para atender as necessidades do filho”, conta.
Arthur precisou ser internado por
problemas de saúde para tratamento no Materno-Infantil de Barcarena, recebendo
toda a assistência necessária na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI), onde
está há cerca de dez dias. A mãe comenta que as mudanças pós-parto foram mais
desafiadoras e em breve, terá a experiência de cuidar sozinha do primeiro filho
em casa.
Com um atendimento 100% gratuito pelo
SUS (Sistema Único de Saúde), o Materno-Infantil de Barcarena já realizou mais
de 3 mil partos e cerca de 165 mil atendimentos nos seus dois anos de
funcionamento, entre consultas, internações, exames e cirurgias.