Desde 2010, o Projeto de apoio à
Meliponiculturacolabora com a preservação da natureza do município de Terra
Santa, no oeste do Pará. Além de
fomentar a renda de 20 famílias envolvidas com a produção e venda do mel, o
projeto viabiliza educação ambiental e orientações sobre o manejo da espécie de
abelha nativa para comunitários. A iniciativa é desenvolvida pela Mineração Rio
do Norte (MRN) e é parte do Programa de Educação Socioambiental (PES).
As comunidades rurais e ribeirinhas de
Jauaruna, Alema e Urubutinga recebem apoio técnico e educacional de técnicos especializados,
que trabalham a teoria e a prática da Meliponicultura. Palestras, treinamentos,
visitas técnicas aos meliponários, entrega de equipamentos e materiais fazem
parte da assistência fornecida aos produtores de mel e criadores de abelhas sem
ferrão.
Renan Almeida Godinho, autônomo de 36
anos, que vive na comunidade do Alema, já participa do projeto há três anos.
“Tem sido muito importante ter esse aprendizado. Além de vender o mel, já criei
embalagens e rótulos. Tem sido uma alternativa para complementar nossa renda, e
pretendo que seja futuramente a atividade principal do nosso sítio. Aprendemos
a multiplicar as caixas para aumentar a produtividade ealcançar esse objetivo”,
afirma.
“Além da produção do mel e derivados, os
meliponicultores podem ampliar o seu lucro com a construção e aluguel de
colmeias para a polinização do meio ambiente.
As abelhas sem ferrão polinizam flores e, como resultado, incrementam a
produção de frutos que além de serem consumidos pelos comunitários, podem ser
vendidos ou utilizados na produção de doces, bolos e sobremesas, uma outra
opção de renda”, pontua Genilda Cunha, analista de Relações Comunitárias e
coordenadora do projeto pela MRN.
A ação foi implementada em parceria com
a Prefeitura Municipal por intermédio da Secretaria Municipal de Agricultura
(SEMAGRI). De acordo com Cristina Leite, secretária de Agricultura de Terra
Santa, o Projeto de apoio à Meliponicultura movimenta a renda dos comunitários
a partir da comercialização do mel e da produção de melipolinários, além de ser
uma alternativa de baixo investimento.
A
atividade contribui, ainda, para promoção da educação ambiental e
sustentabilidade na região. “As abelhas são muito importantes do ponto de vista
da sustentabilidade, para o equilíbrio biológico dos biomas e a propagação de
diversos tipos de vegetação. São fundamentais para a preservação das espécies e
para fomentar pesquisas. Na região, a comunidade é orientada à criação de
abelhas nativas, pensando também na adaptação das espécies”, explica Cristina.
Segundo Genilda Cunha, os produtores de
mel contam com um suporte contínuo à revisão e multiplicação das colmeias para
aumentar a produtividade e, ainda, com cursos e capacitações, palestras e
treinamentos para se tornarem meliponicultores. “A ideia é que eles tenham o
conhecimento para buscar uma renda e autonomia para desenvolver essa ação junto
com a família ou outros comunitários. Com o aprendizado das técnicas de criação
e preservação das espécies, eles adquirem conhecimento sobre a biodiversidade e
aprendem a cuidar melhor do meio ambiente ede seus recursos naturais”,
ressalta.