O prazo para inscrição para dois
dos maiores vestibulares da Universidade Federal do Pará (UFPA) começa essa
semana. A partir do dia 28 de setembro, indígenas e quilombolas podem se
candidatar as 716 vagas do Processo Seletivo Especial (PSE) e, a partir do dia
29, é a vez dos estudantes se inscreverem para concorrer as 7.404 vagas
disponíveis no Processo Seletivo 2017 (PS 2017). Juntos os maiores concursos da
universidade ofertam 8.120 vagas para o próximo ano, um acréscimo de 584 vagas
em relação ao último vestibular.
Indígenas e quilombolas – Para o
PSE, as principais mudanças nas regras da seleção dizem respeito à apresentação
do Documento de Pertencimento, o qual atesta o vínculo dos estudantes com
populações indígenas ou quilombolas; e ainda a criação da segunda opção de
curso.
Para este certame o prazo de
inscrição inicia às 14h do dia 28 de setembro e segue até o dia 16 de novembro
no www.ceps.ufpa.br e a inscrição é gratuita. Desta vez, são 358 vagas
específicas para quilombolas e outras 358 vagas para candidatos indígenas, o
que equivale a duas vagas para cada um destes públicos em cada curso regular
ofertado pela UFPA para 2017. No último vestibular para indígenas e quilombolas
a UFPA ofertou 672 vagas, 44 a menos que o vestibular para o ano que vem.
O PSE 2017 terá duas etapas. Uma
prova de redação em língua portuguesa agendada para 15 de janeiro de 2017 e uma
etapa de entrevistas presenciais com análise de documentos, a qual será
realizada entre 16 e 19 de fevereiro.
Segunda chance - “Este ano
trazemos a participação de lideranças indígenas e quilombolas na comissão de
seleção, o que deve aumentar a interação da universidade com essas populações
tradicionais e ajudar a evitar que apenas indígenas e quilombolas participem da
seleção. A Declaração de Pertencimento também deverá ser entregue já no ato de
inscrição e será analisa antes da homologação das inscrições. O documento, a
partir deste ano, passa a precisar ser assinado por três lideranças para poder
ter validade junto à UFPA”, resume Maria Lúcia Harada, pró-reitora de Ensino de
Graduação (Proeg) e presidente da Comissão Permanente de Processos Seletivos
(Coperps).
Outra novidade é a criação da
segunda opção de curso. Assim, ao final do concurso, a UFPA irá organizar os
aprovados em relação às vagas disponíveis para cada grupo e, onde não houver
candidatos classificados ou ainda houver disponibilidade de vagas, será
realizada uma segunda rodada de preenchimento. “Esperamos com a segunda opção
um aumento do número de indígenas e quilombolas aprovados na universidade”,
aponta Mauro Magalhães, assessor da Proeg.
PS 2017 e SiSU – Já o edital do
Processo Seletivo 2017 (PS 2017) oferta um total de 7.404 vagas, sendo 6.088
para o próprio concurso e outras 1.316 para o Sistema de Seleção Unificada
(SiSU), do Ministério da Educação (Mec). No último vestibular, esses números
eram de 5.664 e 1.200, respectivamente. Por isso, o PS 2017 apresenta 424 vagas
a mais e o SiSU/UFPA 116 vagas a mais em relação à última seleção, com um
acréscimo total de 540 vagas para estes certames.
Para o PS 2017 as inscrições
começam dia 29 de setembro e seguem até 24 de outubro no www.ceps.ufpa.br e
custam R$ 35,00. Estudantes da rede pública têm direito à isenção da taxa e
candidatos que cursaram todo o ensino médio na rede privada com bolsa integral
podem solicitar o benefício, mas, “a partir deste ano, no ato da inscrição
devem anexar ao formulário uma declaração que comprove a condição de bolsista”,
anuncia Arquimimo Almeida, assessor do Centro de Processos Seletivos da UFPA
(Ceps).
Exame de habilidade – As
principais alterações para o próximo vestibular se referem à realização do
Exame de Habilidades para os cursos de Artes Visuais, Dança, Música e Teatro. A
partir deste ano, os candidatos aos cursos de Artes Visuais e Teatro não
precisam mais realizar o exame, enquanto para quem deseja ingressar nos curso
de Dança e Música, a seleção passa por algumas mudanças.
“Agora não existe mais segunda
opção para quem se inscreve nestes cursos e é reprovado no Exame de
Habilidades. Também alteramos o peso desta nota, que agora equivale a uma das
áreas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na nossa fórmula da média
ponderada”, informa Arquimimo Almeida.
A alteração foi um pedido das
faculdades e tem duas principais motivações: a valorização de quem opta por
essas carreiras e a melhor organização do concurso. “Percemos, por exemplo, que
cursos como o de Música possuíam um elevado número de inscritos, mas cerca de
60% deles não compareciam no Exame de Habilidades, em parte por saber que não
seriam eliminado do vestibular se o fizessem, apenas disputariam vagas em outro
curso. No final da seleção, víamos que a maior parte dos candidatos era
eliminada por falta e não por insuficiência de pontos”, conta o representante
do Ceps. No PS 2016, 1.811 estudantes estavam aptos a participar do Exame de
habilidades, mas os faltosos na seleção somaram mais de 50% dos inscritos.