Susipe faz combate e prevenção à tuberculose nos presídios do Estado

A Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) institucionalizou uma data estadual para o combate e prevenção da tuberlucose nos presídios do Estado. Em 2016, 212 casos da doença foram confirmados nas 45 unidades prisionais do Pará; em 2015, foram 131 diagnósticos positivos para a doença. Em decorrência do aumento no número de casos, a Susipe decidiu intensificar o combate e prevenção à tuberculose nos presídios paraenses.

“Esse aumento que identificamos se dá pela busca maior que as equipes de saúde dos centros de detenção têm feito. Hoje se alguém entra no sistema penitenciário já sabemos na triagem se aquele interno tem ou não a doença. Além disso, o crescimento também se dá por conta do aumento da população carcerária”, avalia a diretora de Assistência Biopsicossocial em exercício da Susipe, Michelle Caroline Holanda.

Há seis anos, a Susipe conta com um Laboratório para Análise de Tuberculose instalado no Presídio Estadual Metropolitano II (PEM II), em Marituba. No local, são feitos diagnósticos de presos do Complexo Penitenciário de Santa Isabel e das unidades prisionais da Região Metropolitana de Belém. Cerca de 110 exames são feitos por mês somente no PEM II. O laboratório é fundamental para a o diagnóstico precoce e tratamento. Os centros de detenção localizados nos demais municípios do Estado fazem encaminhamento para laboratórios credenciados pelas secretarias municipais de saúde.

O interno Edinaldo dos Santos da Cunha, custodiado no Centro de Recuperação do Coqueiro (CRC), foi diagnosticado com a doença quando já estava no cárcere. “Eu já tinhas os sintomas, mas não achava que fosse nada sério. Depois que recebi o diagnóstico fiquei com medo no inicio, porque a gente só sabe da doença o que ouve falar, mas aqui me explicaram tudo e fiz todo o tratamento até o fim. Hoje estou curado”, contou o detento.

Quanto mais cedo a doença for identificada, menor é o período de tratamento, que tem duração de no mínimo seis meses. Os principais sintomas são tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço, dor no peito, falta de apetite e emagrecimento. Os detentos com suspeita da doença fazem a coleta da secreção nas próprias unidades prisionais da Susipe, onde estão custodiados. As amostras são encaminhadas para o laboratório, onde é feita a baciloscopia (exame que identifica a presença da doença no escarro do paciente). O exame é considerado 100% eficaz e também o método de diagnóstico mais rápido, pois fica pronto em até 48 horas.

“Mesmo com toda essa mobilização dos profissionais e aparato que a Susipe oferece, a doença ainda permanece em um índice alto para o que gostaríamos, por conta de uma outra dificuldade, que é o abandono do tratamento por parte do interno. Isso acontece, pois logo nos primeiros meses de medicamento eles já têm uma melhora considerável e mesmo que a gente explique, alguns detentos acham que não precisam mais continuar o tratamento”, afirmou a coordenadora de saúde da DAB, Adriana Diniz.


O dia 15 de dezembro foi instituído, por portaria institucional, para o combate à tuberculose nos presídios do Estado. A data foi criada pela Diretoria de Assistência Biopsicossocial da Susipe com o objetivo de realizar ações simultâneas nas casas penais do Pará para prevenir a doença entre a população carcerária. A programação de prevenção seguirá ao longo de todo esse mês. “Tivemos a necessidade de criar um dia específico para alertar e instituir um combate de todas as unidades prisionais juntas. Na programação contamos com palestras e oficinas para os internos e a coleta da secreção para o exame”, explica Adriana Diniz.