No Pará, o mês de julho é dedicado ao veraneio, quando boa parte da
população da região metropolitana de Belém e também de outros municípios polo
do estado aproveita o recesso escolar para buscar o lazer ou o relaxamento nos
balneários espalhados pelas diversas regiões do estado. Mas se por um lado o
período é sinônimo de diversão para centenas de pessoas, por outro é de
preocupação, principalmente para os pacientes que necessitam de transfusão de
sangue, já que o número de doações feitas à Fundação Centro de Hemoterapia e
Hematologia do Pará (Hemopa) cai significativamente. Na primeira semana do
mês, a sala de coleta do hemocentro já começou a ficar vazia. E a redução no
número de doações deve chegar a 40%.
A gerente de Captação de Doadores do Hemopa, Juciara Farias, alerta que
essa queda pode interferir no atendimento transfusional da rede hospitalar, o
que provoca a necessidade de priorizar demandas de urgência e emergência e também
o adiamento de cirurgias eletivas (sem risco de morte). “A redução no número de
doadores voluntários em julho já é prevista pelos hemocentros de todo o Brasil.
E, sabendo disso, atuamos de forma estratégica para tentar evitar um possível
desabastecimento, por meio da realização de campanhas e da convocação de
doadores por telefone e pelas redes sociais. Mesmo assim, precisamos chamar
atenção da população em geral para que não falte sangue nos mais de 200
hospitais do Pará”, ratifica.
Entre os critérios básicos para ser um doador de sangue estão: ter entre
16 e 69 anos (menores devem estar acompanhados do responsável legal), ter mais
de 50kg, estar bem de saúde e portar documento de identificação original e com
foto. Mas não há qualquer impedimento ao doador que tenha viagem programada.
“Esse é um ato de amor ao próximo e depende apenas da vontade do voluntário.
Então o convite é: antes de viajar, procure o hemocentro e doe sangue. Não há
qualquer problema em pegar a estrada em seguida”, comenta a gerente.
A assistente social lembra ainda que o Hemopa mantém a Unidade de Coleta
Castanheira, que fica no trajeto de quem vai sair de Belém: no térreo de acesso
ao Pórtico Metrópole, na BR-316, Km 01, que funciona no mesmo horário de
atendimento da sede do Hemocentro. “Lá, oferecemos a mesma segurança e conforto
para coleta sangue”, assegura Juciara.
Uma única doação de sangue pode ajudar até quatro pacientes. Como o
técnico em refrigeração Carlos André, portador de uma doença de nome complicado
e considerada rara, a Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN). “Ele sentia
muito cansaço e tinha uma anemia constante e profunda. O diagnóstico veio há um
ano e ele sempre precisa de sangue”, explica a esposa, Josi Maia.
A HPN é uma doença adquirida, pode atingir pessoas em qualquer faixa
etária e se caracteriza por afetar as células-tronco dos pacientes. Nela, a
medula óssea não é capaz de repor os glóbulos vermelhos que estão sendo
destruídos. Nesta semana, Josi acompanhou o marido em mais uma transfusão de
sangue no Hemopa. Dessa vez foram necessárias duas bolsas de sangue. “Só nesse
mês já é a terceira vez que ele precisa fazer transfusão. Então, pra ele, esse
sangue é vida. Ele sempre sai daqui muito melhor”.
Parcerias
Nesse mês considerado fundamental para o hemocentro, Juciara Farias
aposta nos hospitais como os grandes parceiros na promoção da doação de sangue
entre seus colaboradores e pacientes. “É vital que os amigos e familiares de
paciente dependentes de transfusões de sangue encaminhem doadores ao Hemopa”,
ressalta.
Serviço: A sede do Hemopa fica na travessa Padre Eutíquio, 2109, bairro
de Batista Campos. As doações também podem ser feitas na Estação Coleta
Castanheira, que fica do térreo do Pórtico Metrópole, na BR-316, Km 1. O
horário de funcionamento é de 7h30 as 18h, de segunda a sexta-feira, e de 7h30
as 17h, aos sábados.