A cooperativa financeira SICOOB
Transamazônica é a primeira do Estado autorizada a repassar recursos do Fundo
Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), modalidade Emergencial à
totalidade dos municípios paraenses, criada para ajudar na recuperação econômica
da região, com taxa de 2,5% ao ano. O FNO pode financiar investimentos de longo
prazo, capital de giro ou custeio. É destinado aos segmentos agropecuário,
agroindustrial, industrial, comércio, serviços, turismo, cultural e
infraestrutura.
Criado em 1988, o FNO visa contribuir
para a promoção do desenvolvimento econômico e social da região Norte por meio
de programas de financiamento de setores produtivos privados. A
Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia é responsável pelas diretrizes
e prioridades de aplicação dos recursos do FNO, de acordo com a Política
Nacional de Desenvolvimento Regional e o Plano Regional de Desenvolvimento da
Amazônia. Os recursos do Fundo são administrados pelo Banco da Amazônia,
vinculado ao Ministério da Fazenda, responsável por fazer as aplicações através
de programas já elaborados, anualmente, previstos pelo Plano Plurianual para a
Amazônia.
Até este mês, era operado exclusivamente
pelo Banco da Amazônia. Com essa autorização, o cenário mostra-se muito mais
promissor para o sistema produtivo paraense, em especial para as cooperativas.
“Essa é uma das mais importantes linhas de crédito disponíveis na nossa região.
As cooperativas têm um contato muito mais próximo com os associados e isso irá
beneficiá-los diretamente. A nossa cooperativa será o piloto. Certamente, será
autorizada para as demais cooperativas de crédito. O cooperativismo é um
importante motor de desenvolvimento social e econômico. Onde há um
cooperativismo forte, toda a região é beneficiada”, enfatiza Antônio Henrique
Gripp, presidente do Conselho de Administração do SICOOB Transamazônica.
Expansão
De Pacajá apta a atender os mais 143
municípios paraenses. Fundada em 2016, a cooperativa nasceu com o
empreendedorismo na veia, com 100% da diretoria executiva e conselhos formados
por comerciantes e empresários rurais e já em sistema de livre admissão. A
diretoria executiva é contratada e oriunda do mercado, com sólida experiência
em administração de instituições financeiras. Em 2019, foi autorizada pelo
Banco Central para operar em todo o território paraense. Hoje, o SICOOB
Transamazônica figura como a maior do setor no estado do Pará em ativos, com R$
100 milhões, e em número de associados, com 11 mil cooperados. Está presente em
20 municípios, com agências e escritórios de negócios, e abriu um processo
seletivo para a contratação em mais 50. No total, são 100 funcionários e serão
contratados mais 50%.
Para se ter uma ideia da velocidade de
expansão da SICOOB Transamazônica, em janeiro, a singular possuía 5 mil
associados e R$50 milhões em ativos. Em seis meses, dobrou o número de ativos e
ultrapassou o dobro de cooperados. A meta é associar mais 4 mil até dezembro.
Para 2021, mais ousadia: 30 mil cooperados.
“Nascemos dentro do ambiente
empresarial. Isso nos permite perceber as lacunas e oportunidades deixadas
pelos agentes financeiros no Estado, principalmente, quando se trata do
interior. O nosso corpo diretivo e conselhos são empreendedores e isso nos propicia
pensar ações com muito mais segurança e liberdade”, explica Lucas Gelain,
diretor-presidente da Diretoria Executiva do SICOOB Transamazônica.
A cooperativa disponibiliza todos os
serviços bancários autorizados atualmente pelo Banco Central, como conta
corrente, poupança, consórcio, financiamentos, capital de giro, cheque
especial, cartão de crédito, de débito, crédito pessoal, investimentos,
aplicativo e internet bank. Tudo com taxas e juros, em média, até 40% mais
baixos que as instituições bancárias convencionais.
“Quanto uma pessoa se associa a uma
cooperativa de crédito, ela passa a ser dona e cliente ao mesmo tempo. Logo, se
ela é dona, deve pagar mais ‘barato’ na sua própria empresa e, ainda, sendo
dona ela terá direito a receber parte da riqueza gerada pela cooperativa de
maneira proporcional ao volume operado por ela mesmo. Isso significa que ela
vai receber o que chamamos de ‘sobras’. No mercado tradicional isso não
existe”, esclarece Gelain.
A “sobra” é o total de riqueza gerada
pela cooperativa, que ao final de 12 meses, é apurada e rateada de maneira
proporcional a participação de cada associado na singular. “Além da questão do
relacionamento, da proximidade e das soluções, os sócios que pertencem à
comunidade onde a cooperativa está inserida recebem esse rateio.
Consequentemente, esse recurso volta para a cadeia produtiva e local e todos
são beneficiados”, completa Ernandes Raiol, presidente do Sindicato e
Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Pará (OCB/PA).