Aneurisma cerebral é uma doença silenciosa e pode trazer sequelas irreversíveis

  


O aneurisma é uma dilatação que se forma na parede enfraquecida de uma artéria do cérebro que pode se romper e ocasionar uma hemorragia, originando um Acidente Vascular Cerebral hemorrágico, e pode ser fatal em 40% dos casos e pode deixar sequelas irreversíveis em até 80% dos sobreviventes, como perda de movimentos no braço ou na perna, dificuldade na fala ou na memória.  Estima-se que a  incidência na população da América do Sul seja entre  6 até 10 %.

 Segundo o especialista em neurocirurgia vascular e neurorradiologia, Eric Paschoal, membro do Instituto AVC da Amazônia, as causas da doença neurológica são diversas, contudo é frequente na região amazônica devido à relação da ancestralidade ameríndia, mais propensa a desenvolver a complicação.“As causas são multifatoriais, como o tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas sem excesso, hipertensão e história familiar de aneurisma ou AVC hemorrágico, em caso de histórico familiar é especialmente importante realizar o rastreamento com um médico”, alerta.

Apesar de ser habitualmente assintomática, dependendo da localização e do tamanho, o aneurisma pode comprimir algumas áreas cerebrais importantes, provocando sintomas. Os mais comuns são dores de cabeça, visão borrada ou dupla, convulsões, desmaio, alterações da pupila, formigamento, dormência ou paralisia em um lado da face.

“Em 50% dos casos, a condição tende a ser descoberta somente quando rompe, causando uma dor de cabeça muito intensa que pode surgir de forma repentina ou que vai aumentando com o passar do tempo. A sensação  de que a cabeça está quente e de que há um 'vazamento' e que parece que o sangue se espalhou também acontece em algumas pessoas”, explica o especialista. 

Quando os sintomas surgem ou houver suspeita de rompimento de um aneurisma, é fundamental chamar imediatamente a ajuda médica, ligando o 192, ou levar a pessoa imediatamente para o hospital, para iniciar o tratamento adequado. “O médico solicita exames para avaliar as estruturas do cérebro e identificar se existe alguma dilatação nos vasos sanguíneos. Os mais utilizados incluem arteriografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou  angiografia cerebral”, explica Eric Paschoal.

 A escolha do método depende do tipo de aneurisma das condições clínicas do paciente.  A cirurgia convencional usa um clipe metálico na base do aneurisma, excluindo-o da circulação. Já a embolização endovascular leva um cateter até o aneurisma, no qual são introduzidas pequenas molas, fazendo-o coagular e cicatrizar. 

Também pode-se optar pela a colocação de stent modulador de fluxo, uma pequena prótese endovascular que é inserida no interior da artéria comprometida a fim de prevenir ou evitar a ruptura do aneurisma, o que poderia ocasionar uma hemorragia cerebral. Trata-se de uma pequena prótese endovascular, cuja função é mudar o fluxo de sangue no interior de uma artéria, tornando-o mais lento. Os melhores resultados ocorrem quando  o tratamento é realizado antes da ruptura do aneurisma.

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